Tradução jurídica – quem pode e quem deve fazer
Cada texto tem o tradutor que merece – ou deveria. Na tradução jurídica, esse “casamento” é decisivo. Diante da complexidade dos assuntos e da especificidade da terminologia, contratar um tradutor inexperiente ou pouco versado na área pode resultar em um trabalho insatisfatório ou caro. Pior: pode acabar em retrabalho.
O conhecimento linguístico, portanto, não é o suficiente. É preciso que o tradutor esteja familiarizado com a linguagem específica da área jurídica, identificando sutilezas que um leigo (ou simplesmente um tradutor voltado para a área técnica ou médica, por exemplo) não perceberia.
É esse conhecimento específico que impede que o texto perca o sentido original e ajuda na padronização dos termos, já que, dependendo do contexto, certas palavras têm significados diferentes e é essencial que os termos estejam uniformes ao longo de vários documentos.
Na tradução jurídica, a palavra petição pode ser traduzida como petition; no caso de uma petição inicial, no entanto, o termo correto é complaint. São pequenas diferenças que têm um grande impacto na qualidade final da tradução.
Questões de direito
Na terminologia jurídica, há inúmeros exemplos de palavras que, embora pareçam simples, encerram diferenças fundamentais que só profissionais capacitados reconhecem.
Processo, uma das palavras mais comuns em traduções jurídicas, pode ser traduzida de maneiras diferentes, de acordo com seu significado: enquanto processo administrativo é traduzido como administrative proceedings, um processo trabalhista pode ser traduzido como labor suit. Navegar entre termos como esses são essenciais para um tradutor jurídico capacitado.
Barato que sai caro
Traduções feitas por profissionais sem experiência na área jurídica acabam por ignorar os vários contextos que os textos englobam. Alguns erros, por serem muito característicos, quando ignorados, podem ser difíceis de “consertar”.
Qualquer equívoco causado por documentos jurídicos mal traduzidos pode acarretar penalidades para as partes de um processo. Em alguns casos, consultores jurídicos são contratados justamente para garantir que o teor do documento seja respeitado pela tradução. Essa etapa é essencial, por dar maior segurança quanto ao uso dos documentos nos tribunais.
Uma tradução jurídica mal feita, em suma, pode resultar em uma tradução dupla: em casos drásticos, traduzir novamente um documento pode ser o melhor caminho para um serviço bem feito.
Jurídico ou juramentado?
Embora as palavras se pareçam, é bom não confundir. Tradutor jurídico é aquele que traduz textos jurídicos, como processos judiciais e decisões, e conhece a terminologia relacionada a leis, normas, peças e instituições jurídicas.
No Brasil, no entanto, para que uma tradução jurídica tenha valor de documento, ela precisa ser atestada por um tradutor juramentado. O tradutor juramentado é aquele que, aprovado por um concurso público, exerce a profissão de “tradutor público e intérprete comercial“, ofício criado pelo Decreto Nº 13.609, de 21 de outubro de 1943.
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