Os interessados em viajar para os Estados Unidos, tanto a lazer quanto a trabalho, terão que redobrar a atenção com o uso que fazem das redes sociais. A administração do presidente Donald Trump informou que pretende coletar dados de redes sociais das pessoas que desejam um visto norte-americano. Em setembro do ano passado, o governo já havia anunciado que pediria dados de mídias sociais aos solicitantes que buscavam o visto de imigração, plano que afeta 710.000 pessoas por ano. Com a nova iniciativa de aplicar a regra a outros tipos de visto, cerca de 14 milhões de pessoas podem ser afetadas, incluindo cidadãos do Brasil, da China, do México e da Índia.
Feita pelo Departamento de Estado americano, a proposta exige que a maioria dos solicitantes forneça detalhes de contas como Twitter e Facebook, além de todas as identidades online usadas nos últimos cinco anos. Segundo o jornal The New York Times, além do Facebook e do Twitter, cerca de 20 plataformas de mídia também podem ser verificadas, a maioria delas com sede nos Estados Unidos: Flickr, Google+, Instagram, LinkedIn, Myspace, Pinterest, Reddit, Tumblr, Vine e YouTube e redes de outros países como Douban, QQ, Sina Weibo, da China.
Entretanto, a iniciativa não é uma novidade. Nos países considerados de risco (grupo que representa cerca de 65 mil pessoas anualmente), eram pedidos tanto históricos das redes sociais, quanto e-mails, número do passaporte e números de telefone. Já países parceiros que geralmente têm visto de viagem garantidos, como Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão e Coreia do Sul, não serão afetados pela iniciativa, assim como pessoas em viagens diplomáticas e com vistos oficiais.
A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o público terá dois meses para comentar o assunto antes da decisão ser tomada. Atualmente, oficiais averiguam mídias sociais apenas se “esta informação é necessária para confirmar identidade ou realizar uma verificação de segurança nacional mais rigorosa”, de acordo com a BBC. Entidades ligadas às liberdades civis já mostraram preocupação com a iniciativa, que pode comprometer direitos básicos, como a liberdade de expressão.